domingo, 25 de novembro de 2012

Ao operário

Operário padrão?
Ilusão do prestígio,
Manutenção da exploração
Esse é  o padrão:
O que congela
A íris dos olhos.
O que gera
Peristálticos movimentos…
Veja toda a produção
Analise a máquina
Reúna, organize…
Seja o mais amplo ludista…

(David Alves Gomes – 21 de novembro de 2012)

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A-Mar

Seu corpo me seduz
Seu perfume me instiga
Seu beijo me inflama
Mas meu sentimento
É todo um oceano:
Perco-me no mar do seu olhar
Afogo-me em seu doce sorriso
E ressuscito…
Quando sua suave voz
Me chama da mais bela palavra:
Amor.

(David Alves Gomes – 28 de outubro de 2012)

Óbito

Quero embriagar-me do seu néctar
Asfixiar-me com seu perfume
Sufocar-me com seus beijos…
Quero falecer em seu casulo,
Renascendo subitamente
Do nosso prazer.

(David Alves Gomes – 05 de outubro de 2012)

sábado, 13 de outubro de 2012

Resenha de "Nós que aqui estamos por vós esperamos"

Esta é uma resenha que fiz sobre o documentário "Nós que aqui estamos por vós esperamos" do cineasta Marcelo Masagão. É só clicar no link para baixar. O primeiro parágrafo:

O documentário “Nós que aqui estamos por vós esperamos”, de 1999, do cineasta Marcelo Masagão, foi premiado no Festival de Gramado em 2000 por sua montagem e no Festival de Recife em 1999 como melhor filme, melhor roteiro e melhor montagem.  O filme apresenta a História do século XX através de memórias de pequenas histórias de grandes personagens e de grandes histórias de pequenos personagens, dando, assim, maior destaque aos personagens ditos “anônimos” das sociedades. Com esta visão, o documentário desmistifica a ideia de que a História é construída apenas por grandes personalidades, trazendo esta construção para mais próximo do povo que a integra e que realmente constrói as sociedades através das suas ações. Cabe ressaltar que as histórias contadas no decorrer do filme são fictícias, como é dito nos créditos do filme, mas nem por isso deixam de ser verossímeis e pertinentes para o entendimento da construção do século passado e do seu legado para este novo século.
Baixe aqui:

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Por trás do mundo

Da escuridão do quarto
Atento observo:
Crianças brincando…
Todas são felizes?
Prefiro o casulo,
O buraco da fechadura,
A janela entreaberta…
Eles me contam histórias
Me põem para dormir
E expulsam o fantasma
De uma triste solidão.

(David Alves Gomes – 09 de outubro de 2012)

domingo, 30 de setembro de 2012

Farinha

Farinha na mesa…
A TV está ligada:
Todos aguardam
Verdadeiras promessas…
O pirão melhora?
O bolo será repartido?
Ou atirarão farelos?
Prometem a melhor torta…
Mas já sabemos o final…

Cortemos nosso próprio bolo,
Regado a vinho tinto…
Nada temeremos
Tudo mudaremos
Mas nunca esqueçamos
Da nossa farinha.

(David Alves Gomes – 30 de setembro de 2012)

sábado, 29 de setembro de 2012

Pérola

Sua ausência:
Presença de minha inquietude…
Sua lembrança:
Razão de minha agonia…
Navegarei pelas águas
Enfrentarei monstros marinhos
Mergulharei no obscuro
Para encontrar a nossa pérola:
Esta, brilhará!
E sua luz formará
A sua linda coroa.

(David Alves Gomes – 27 de setembro de 2012)

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Janelas do sótão

Recluso…
Dor inaudível
A todos os presentes.

O murmúrio suave
De uma flor em agonia
O incomoda:
Ele quer cheirá-la,
Mas seu perfume
Lhe é proibido!

Seu espinho voraz
É como a flecha do mundo:
Ela rompe fronteiras…
Deixa rastros de sangue…
E promove o caminho
Para a liberdade.

(David Alves Gomes – 03 de setembro de 2012)

domingo, 19 de agosto de 2012

Cárcere

As palavras estão presas…
O calabouço obscuro
Impede o anúncio
Da verdade:
A malfeitora das sensações
Oprime o pensamento
E proíbe a própria
Apresentação…
Nem cinema mudo
É possível,
Nem uma linha
Sobre o tema.

(David Alves Gomes – 31 de julho de 2012)

domingo, 15 de julho de 2012

Inquietude

Inquietude...
Palavra mais amarga
Que já vivi.
Meu Ego
É um simples servo
Da grande Rainha:
A Dúvida massacra…
Fundou o Palácio
Da Inquietude
Onde agora estou
No topo da torre!
Impedem o meu suicídio
Como a minha descida…
A minha clausura
É o desejo da Rainha.

(David Alves Gomes – 15 de julho de 2012)

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Enfermidade

Precisa?
Necessita?
Urge?
Falecerá com a ausência?
E por que a aflição?

A rejeição lhe é amarga!
Cria prioridades…
Seu ego é derrotado:
Enfermo pela negação.

Admire a adversidade
Diminua sua febre
E na vida
Terá mais disposição.

(David Alves Gomes – 12 de junho de 2012)

sábado, 9 de junho de 2012

Inferno paradisíaco

Mais que linda face!
Semblante de anjo
Ou de demônio?
Tentação com sorriso:
Deliciosa
Fruta proibida.
Seu corpo de ninfa
Desfila imponente.
Ninfa não…
Quase ninfeta!
Sensualidade,
Suave e ardilosa...
Ai! Que maldade!
Ou seria uma bondade?
Duplicidade estimulante:
Quero ter um paraíso
Em seu doce inferno!

(David Alves Gomes – 08 de junho de 2012)

terça-feira, 5 de junho de 2012

Triunfo do Amigo

Apatia:
Simpatia ao comodismo
Vê na luta um modismo
Claramente antiquado
(como o comunismo)
Claramente antiquado?

Cócegas
De manifestações…
Assembleias tristes de solidão…
Temor presente
Em cada ação…

Presenteie seu companheiro!
Ele triunfa
Reprime
Comprime
Extorque
E sorri.
Ajude o seu Amigo!
Ajude o capitalismo!

(David Alves Gomes – 05 de junho de 2012)

sábado, 2 de junho de 2012

Operárias

As Operárias
Estão em greve:
Dura luta
Contra o Reino.
Suas antenas
Estão conectadas,
Orquestrando a reação
Sem maestro.
O aparelho repressivo
Foi enviado:
Mal sabem as Soldados
Que são Operárias de fardas…
A Rainha e sua Corte
Riem…
Mas várias formigas
Movem uma folha.

(David Alves Gomes – 01 de junho de 2012)

domingo, 27 de maio de 2012

Esquisito

Sou esquisito?
Escrevo esquisito?
Ajo esquisito?
Será que não é esquisito
Quem me esquisito acha?
Será que não é esquisito
Achar esquisito
Quem me julga esquisito?
Será que apenas pensar sobre isso
Não é esquisito?
Não sei…
Mas pense sobre isso.
E não pense esquisito…
Mas o que é mesmo esquisito?
O conceito de esquisito
Me parece esquisito…
Ah… esquisito.

(David Alves Gomes – 27 de maio de 2012)

sábado, 19 de maio de 2012

Cumplicidade

Companheira,
Onde está
Sua presença?
Console-me!
Quero os seus
Primorosos afagos…
Seu cajado
Parece violento:
Acalme-se!
Surja com
Seu louco sorriso
(sereno e encantador)
De linda princesa.

(David Alves Gomes – 18 de maio de 2012)

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Embriaguez

Bebo…
Bebo…
Bebo…
Minha sede
É tamanha:
Sacie-me novamente!
Sua saliva
Me nutre,
Me estimula,
Me prepara…
Ah!
Lambuzo-me
Do seu jorro
Embriaguez desejada
Ocasionada
Por uma febre
Ah! Inigualada.

(David Alves Gomes – 17 de maio de 2012)

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Plenitude

Plenitude!
Me ajude
Nesta altitude!
Só uma completa palavra
Plenamente sólida
Solidamente plena
Para me salvar
Deste dilema…
Sinto-me vazio:
Onde estão meus pedaços?
Suplico: encontre-os!
Una-os
E forme-me também
Uma figura plena
Plenamente serena.

(David Alves Gomes – 16 de maio de 2012)

sábado, 12 de maio de 2012

Voz da dialética

A periferia
Está acesa
Não iluminada
Ela vive
Tece caminhos…

Não somos massa
Somos povo:
Individualmente
Coletivamente
Socialmente lutador

Uma centelha
A inflamar
Voz da dialética
A se propagar…

(David Alves Gomes – 11 de maio de 2012)

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Decote

Polposos
Fruta doce
A saborear,
A chupar
Incansavelmente…
Preliminarmente…
Ocupando-me por inteiro
E formando
O zênite estrelar.

(David Alves Gomes – 09 de maio de 2012)

Ebulição

Quentes lábios
Mesmo molhados
Pupilas ardentes,
Docemente apaixonadas…

Devoro sua boca ferozmente
Mas não perco o seu olhar
Este, eu desafio
A todo instante
Numa eterna luta desigual.

Sei!
Me renderei
Ao seu veneno…
E lhe descontarei:
Um selvagem amor
Constante fervor
Por uma noite inteira.

(David Alves Gomes – 08 de maio de 2012)

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Egocentrismo

Preenchido pelo vazio…
Incabíveis desejos
Que só completam
O meu ego.

É minha vontade!
É vontade humana!

Gozamos no espelho
Para sentirmos
O nosso próprio beijo.

(David Alves Gomes – 07 de maio de 2012)

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Espinhos

O sol
Racha a crosta…
Escassez do néctar
Essencial à vida
E a solução?
Região predestinada?
Ah! Conte-me
Inverdades novas!
Sua indústria
É um abuso!
O homem pensa…
Reforma…
Transforma!
Nosso mandacaru
Trará a fonte
E cairá com força
Uma chuva de espinhos.

(David Alves Gomes – 03 de maio de 2012)

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Engrenagem

A suja engrenagem
Está na História
Sempre esteve impura.
Nela, se encontra
Uma mancha:
Acumulada e insolúvel…
Uma mancha de sangue:
Oriunda das derrotas
Das conquistas
Das lutas.

(David Alves Gomes – 02 de maio de 2012)

terça-feira, 1 de maio de 2012

Nuvem poética

O Poeta
É um louco.
Seu sonho
É como uma nuvem:
Esteja carregada
Ou como algodão
Transforma a cor do ambiente,
Torna obsoleto o simplório
Dando vivas às insanas palavras…
Chovendo ou não,
A nuvem altera a paisagem
Opondo-se ao normal.
Traz em sua aparência
Desenhos
Imagens
Prazerosas loucuras
De um Poeta.

(David Alves Gomes – 25 de abril de 2012)

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Tortura

A pedra de sal
Está sendo devorada:
Águas famintas
Dilaceram e formam
E você?
Por que não vê esta
Infame tortura?
Tentativa de homicídio?
Será que sou sádico?
Gozo do sofrimento
De uma pedra!
De uma simples pedra,
Que você não vê.

(David Alves Gomes – 30 de abril de 2012)

domingo, 29 de abril de 2012

Identidade

Minha cor
É símbolo de luta
Mas não me rotulem:
Não sou ex-escravo
Não sou candomblé
Nem sou Zumbi
Tudo compõe minha história
Grandiosa história de lutas
Seguirei caminhos…
Podem ser diversos
Mas serão inspirados
Quando olhar para trás.

(David Alves Gomes – 29 de abril de 2012)

Inteiramente minha

Quero sua boca,
Molhada de paixão…
Quero sua paixão
Saborosa como uma pêra…
Quero sua pêra
Canibal vulva ardente…
Quero seu ardente sexo:
Leoa feroz sempre inteira…
Quero voce inteira,
Inteiramente minha.

(David Alves Gomes – 29 de abril de 2012)

Ritmo do beijo

Um beijo
Inicial desejo
Carnudos lábios:
Plumas que se afagam…
Dentes vorazes
Alimentam-se da carne…
Desvairadas línguas
(Não sabem ao certo o caminho)
Percorrem todo o espaço bucal
Compondo a orquestra do desejo…
Em forte ritmo,
Pelos corpos,
Suadas mãos acompanham
A maestria do beijo
Vamos aproveitar o ensejo?

(David Alves Gomes – 29 de abril de 2012)

sábado, 28 de abril de 2012

Noite de luta

Só tenho uma espada
Ele possui escudo
Mas não o quero longe:
Este desafio me fascina
Pois em vão,
Tento ser um gigante…
Mesmo vencedor
Ele me é generoso:
Presenteia-me com os sonhos
Em que alcanço a plenitude.

(David Alves Gomes – 28 de abril de 2012)

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Churrasco

As carnes estão,
Estão na brasa
Uma sublime chama
Que não se apaga…
O sabor do amor
Me é um belo churrasco:
O espeto viril
Atravessa sua carne
E a doura de prazer
Deixando-a mais saborosa
Até o amanhecer.

(David Alves Gomes – 26 de abril de 2012)
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