segunda-feira, 31 de março de 2008

Sincero amante

Ah! Minha linda
Sabia que não iria conseguir
Ao meu charme e ousadia resistir
Cativei-a e não adiantou insistir

Seu corpo é como imaginava
Quando a despia com o meu olhar
Você inteira se acabrunhava
Enquanto eu percebia um fogo a lhe inflamar

Ah! Minha linda
Hoje juntos estamos felizes
Nossa amizade e sexo têm poucos deslizes
Você faz de mim, degustador intenso de suas raízes

O nosso amor é lindo
Mas como eu, se ainda não, irá me trair
Aliás, por que a palavra “trair”?
Nada mais natural ter novos desejos rindo

É impossível controlar nossos instintos
A não ser com uma moral bem presente
A mesma que discursam os machistas cínicos
A mesma do padre amante de freiras ardentes

Ah! Minha linda
Não pense que não te amo
Com certeza o nosso amor não se finda
Outras relações superam o dia-a-dia dos nossos anos

Você imprime a minha vida
Seu corpo me afoga em contínuos desejos
Mas se quiser acabar, aproveite o ensejo
Que eu procurarei uma nova mulher que complete minha vida.

(David Alves Gomes – 30 de março de 2008)

segunda-feira, 17 de março de 2008

Uma solução para a ordem vigente

Para resolver um problema
Deve-se estuda-lo
Este é um problema
Que contém ideologias supremas

Esse problema
É a sociedade capitalista
Que com muitos emblemas
Se faz de bonita

Mas veridicamente
O capitalismo tem vários defeitos
Oprime uma classe absurdamente
Sem respeito

Esse sistema
Se baseia em lucros
Que sem compaixão
Explora muitos

São chamados de burgueses
Os que detêm os meios de produção
São chamados de proletários
Os que trabalham para o patrão

A mais-valia é o dinheiro
Que o trabalhador devia receber
É através dela
Que o burguês fica rico pra valer

O lucro do patrão
É o dinheiro roubado do trabalhador
Tornando-se então
Uma grande exploração

Para destruir esse sistema
É preciso de conscientização
Que não é uma tarefa fácil
Pois existe a alienação

Futebol, televisão
A grande mídia e alguns tipos de músicas
Todas as formas de “entretenimento improdutivo”
São utilizadas como alienação

Se você está alienado
Está disperso e conformado
E não está preocupado
Com uma reivindicação

Existem também
As grandes ideologias burguesas
Como a de “ter propriedade
É ter liberdade”

Mas na verdade
O proletário nunca teve grande propriedade
Pois o seu salário real do mês
É tirado pelo burguês

Assim ele só sustenta
De forma precária
A sua família
Ganhar mais é o que ele tenta

Ter liberdade
É viver bem
Ter liberdade
É ter saúde, educação e lazer

O consumismo
Foi impulsionado pela burguesia
Que para aumentar seus lucros
Implantou essa ideologia

Um mundo justo
Só se consegue com o socialismo
Onde é abolida a grande propriedade
Onde tudo é socializado

Chegando ao comunismo
Tudo é comum para todos
Onde todos vivem de forma digna

Para não haver risco de burocratização
Todos devem estar espertos
Pois o futuro é incerto
A atividade e vigilância compõem a democratização

Para chegar-se lá
É preciso de uma revolução
Que para tê-la
Necessita-se de uma conscientização

Para tanto
Precisa-se desestruturar as ideologias
Que já se começa
Com esta poesia.

(David Alves Gomes – 2003)
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