sábado, 17 de dezembro de 2011

Psicografia

A cada minuto que passa
Minha saudade transborda-se
E derrama-se em palavras
Vem-me a lembrança do teu lindo olhar
Aliada à do teu enigmático sorriso
Os quais tento decifrar a todo instante
Tuas imagens são quem escrevem este poema
Apenas psicografo palavras
Tua doce voz ecoa nos meus ouvidos
Como se pedisse a minha escrita
Mas não sou poeta
Poetas são as minhas sensações
Agora, envolvidas por ti.

(David Alves Gomes – 11 de dezembro de 2011)

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Madrugada

Madrugada…
Pensamento
Ilusão
Sonho
Fazem parte da madrugada
Madrugada sonolenta
Que suplica o repouso da cama
Mas que não quer ceder
Descansar é desperdício
Perda de ideias
Perda de loucas poesias
Que só aparecem quando chega a noite
Ah! Madrugada sonolenta!
Sem você não teria vida!
A mesmice e a rotina
Reinariam em minha vida
Não suplicaria o repouso da cama
Nem escreveria poemas loucos
Seria um homem normal
Contente com a realidade
Não teria sonhos
Ilusões
Pensamentos
De uma madrugada…
De uma madrugada sonolenta
Minha eterna companheira.

(David Alves Gomes – 05 de dezembro de 2011)

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Enfrenta o mundo

Por que sofres, homem?
A vida não te traz graças?
Ergue tua cabeça
E enfrenta o mundo!
Se este foi generoso
Somente em alguns aspectos
Ordena-o que te traga toda a felicidade!
Aliás, arranca-a das suas mãos
Trazendo-a para ti!
Determina teu lugar neste mundo!
Muitas vezes opressor
Muitas vezes promotor de teus percalços.
Domina este gigante!
Prende-o em uma cela obscura
E liberta-o quando estiver da tua altura
Trazendo boas novas para ti.

(David Alves Gomes – 20 de novembro de 2011)

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Inquietos

O mundo gira
O homem muda
A vida surge

Mudanças no planeta
Nos remontam ao Big Bang
Mudanças sociais
Nos remontam às lutas de classes

Tudo é transformável
Sucessão ecológica sofre a Terra
Dialética sofre a vida

(David Alves Gomes – 15 de novembro de 2011)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Loucura insurgente

Sou louco?
Entendo seu pensamento
Para você que sempre esteve
Nas classes mais abastadas
É loucura mudar a sociedade
Aliás qualquer mudança
Lhe é insana
Pois loucura significa
Alterar qualquer ordem constituída
E considerada por quase todos natural
É natural existir miséria?
É natural existir desigualdades regionais?
É natural existir fome
Quando a produção de alimentos
Pode ser superior
À necessidade da população mundial?
Por isso nossa loucura
Derrotará este maldito sistema!

Ah! Agora sou assassino?
Você ainda está vivo!
Lembro muito bem que chegou ao poder
Pelo sangue das revoluções burguesas
Sua ideologia não me convence
Sei que fará de tudo
Para não perder os seus bens
Obtidos pela mais-valia
Dos vários funcionários

Nossa loucura chega armada
Com a foice e o martelo
Ainda somos poucos
A normalidade ainda impera
O seu domínio também
Mas seu sistema já está em crise
Em algum momento se findará
E a dialética se cumprirá.

(David Alves Gomes – 08 de novembro de 2011)

Assassinato programado

O som da chuva forte
É estridente no asfalto
Destrói barracos em morros altos
E pode ocasionar mortes

Mas a chuva natural
Não poderia determinar
Um panorama social

Não pode ser acidente
O que prevenido deve ser
Porém o termo é conveniente

Conveniente à classe dominante
Que descaso tem com a população pobre
Outra ação seria uma variante

Assim, a revolta proletária deve ser estridente
Destruindo o algoz sistema que os oprime
Para construir um igualitarismo consciente.

(David Alves Gomes – 08 de novembro de 2011)

Detenção

Me peguei sendo roubado por você
Meus pensamentos antes serenos
Agora estão visualizando a sua face
Seu breve sorriso me é uma conquista
Mas não me paralisa quanto o seu olhar
Este penetrante encontra minha alma
Retira todos os momentâneos pensamentos
E abre um vazio que só o cabe
Por isso, além de ladra, é egoísta
Me aprisiona nesta conturbada visão
Porém prazerosa, pois recordo seu perfume
E o quanto é bom estar ao seu lado
E você, mesmo quando longe
Pode estar tão próxima a mim

Pareço um romântico que contenta-se
Com um amor à distância
Porém, não é este meu desejo
Conquistá-la será meu próximo passo
Como você, me tornarei ladrão e egoísta
Encontrarei sua alma e a aprisionarei
Será que já está paralisada?

(David Alves Gomes – 07 de novembro de 2011)

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Qual solidão?


Estou aqui
Sozinho neste quarto
Observando livros, cadernos
Ouvindo sons da vizinhança
Conversas indistintas
Animais emitindo seus sinais
Um ótimo momento para reflexão
Aquele em que nos sentimos solitários
Mas o qual sabemos que estamos acompanhados
Por toda a harmonia do mundo.

(David Alves Gomes – 10/04/2011)

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Olá burguês


Como diz que estava tudo perfeito?
Como diz que não temos direito?
Estou conversando com você, burguês
Nem com o pescoço à degola quer perder a altivez?

Sempre pensava que iria dominar?
Achava que a dialética não iria funcionar?
Sua classe está agora derrotada
Abolimos de vez a propriedade privada

Era bom o sistema capitalista?
Era mais justo que o sistema socialista?
E por que se apropriavam do dinheiro dos trabalhadores?
Sabia que o roubo da mais-valia nos trazia muitas dores?

Tem ciência que nossa sociedade será igualitária?
Que, ao contrário da sua, será muito mais solidária?
Conselhos populares em prol da maioria
Tomarão decisões e não haverá tirania

Sociedade capitalista reprodutora de desigualdades
Racismo, individualismo, etnocentrismo tinham suas finalidades
Agora chegou o sistema socialista, gostou burguês?
Aceita perder seus bens ou seu sangue de uma vez?

            (David Alves Gomes – 16/02/2011)

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Desejo-te


Desejo teus lábios
Molhados e sábios
Eles conseguem me envolver
Com beijos de muito prazer

Desejo o teu cangote
Só não mais que teu decote
Dou mordidas de vampiro densamente
Quanto aos seios, os saboreio intensamente

Desejo os teus lábios de uva
Agora são os da tua vulva
O delicioso mel que lhes escorre
Sacia a sede que me ocorre

Desejo penetrar no teu mundo
De onde o embrião é oriundo
Juntos produzimos meu leite
Os nossos orgasmos e futuros deleites.

            (David Alves Gomes – 13/02/2011)

domingo, 30 de janeiro de 2011

Manifesto a um cristão


“Respeite as diferenças”
Sobretudo entre as crenças?
“Ame profundamente nossos próximos
Mas não se meta nos nossos negócios”

Que cristianismo é esse
Que quer só saber de interesse?
Como a Igreja Católica enriqueceu no passado?
Como pastores têm de dinheiro um bocado?

Essas duas bases religiosas
Têm tradições de mentirosas
Cada qual com sua maneira
Luta para ser a primeira

A primeira de fiéis em número
Mas também de dinheiro em número
Peço que não se canse da rima “número”
É que a palavra-chave para eles é...

Exemplo é o caso da Teologia da Libertação
Que pretendia reformas na igreja e ação
Pensava na reforma agrária e mudança social
Mas com as terras do alto clero não se brincam pessoal

Deixemos de lado as igrejas
Falemos do cristianismo, não é o que deseja?
Este que se diz solidário
Ao mesmo tempo em que é autoritário

É solidário quando piegas se torna
Acontece nas campanhas que nos atola
Campanhas periódicas que seu ego massageiam
Pois os carentes precisam comer o ano inteiro

Nessas campanhas o que acontece é lastimável
Lágrimas rolam, é incomparável
Depois o cristão as limpa, é natural
Continua seguindo sua vida individual

Lágrimas encobrem posições autoritárias
Quando discriminam de forma arbitrária
Religiões que não reconhecem o cristianismo
Essa é a prova do seu grande autoritarismo

O que foi, cristão, está revoltado?
Muita calma, não fique zangado
Perguntarei algumas coisas a você
Ouvirei seus argumentos com todo prazer

O que da eutanásia você pensa?
Só Deus pode tirar nossa vida tensa?
Mesmo em pacientes terminais?
Confortável, Ele só sente dores divinais

E as células-tronco tão importantes na medicina?
Há espírito nelas? Projeção divina?
Isto chega a ser ridículo
Quem pensa assim anda em círculos

O aborto para você é uma heresia?
Somente para as pobres se torna agonia
As ricas fazem em clínicas com segurança
Aborto de pobre termina em matança

O matrimônio deve ser conservado?
Felizmente está caindo do alto
Gargalharei no fim do patriarcalismo
Que dependerá do fim dos autoritarismos

Um deles é a sua visão do homossexual
Você não o vê como indivíduo igual?
Acha que sua alma está desviada?
Sua intolerância está bem conservada

Irritou-se indivíduo cristão?
Mas não é em todo cristão que falta ação
Este pensamento que falo é o tradicional
Muitos tentam mudar o quadro social

Se eu não fizesse esta ressalva importante
Seria eu o mais cruel intolerante
Muitos querem mudar o pensamento clerical
Mas o poder conservador permanece em alto grau

Conservadores mantêm as igrejas com cuidado
E da classe dominante são verdadeiros aliados
Pois participam dela com o dízimo dos fiéis
Desejam enriquecer e pôr todos aos seus pés

Espero cristão, que tenha entendido
Respeito sua visão e não desejo bani-lo
Desde que esta tenha alguma reação
Ao cristianismo tradicional, propulsor da exclusão.

            (David Alves Gomes – 29/01/2011)

Bem-vindos idiotas


Vejo o mundo desfigurado
A miséria bate à nossa porta
Trajando todas as vestes possíveis
E o que é feito para mudar este quadro?
O que realmente precisa ser feito
Para expulsar toda a desgraça
Que existe em nossa sociedade?
Será que é assistindo “reality shows”
Que a desigualdade social superamos?
Será que é lendo fofocas em revistas
Que conseguimos melhores salários?
Talvez a “idiotização” da população
Interesse à classe dominante
Será que pessoas idiotas
Conseguem se revoltar?
No máximo articulam desconexos movimentos
Sem ter sequer uma ideologia revolucionária
Os dominadores aplaudem
Riem da nossa extrema passividade
Ou de nossa atividade inconsistente
Meu único consolo é conhecer a História
Saber que a dialética mudará o sistema
Mas outras contradições irão se criar
Provavelmente não irei estar vivo
Para uma nova revolução presenciar.

            (David Alves Gomes – 29/01/2011)
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