domingo, 24 de março de 2013

À procura da íris


Por que me tortura?
Me odeia?
Ou apenas brinca?

Como pode ser tão infame?
Meus sentimentos gritam
Esbravejam o seu nome
Requere a sua imagem

A sua ausência é um golpe
Constante… angustiante…
Sei que não carrega uma espada
Mas uma linda rosa

Ela não tem espinhos
Mas não consigo ficar
Um minuto sem meu reflexo
Em sua doce íris.

(David Alves Gomes – 15 de janeiro de 2013)

domingo, 24 de fevereiro de 2013

O mês


Um mês. O que isso significa? Um período de trinta dias. Sim, e daí? Qual a importância disso? Qual a importância de um mês para você?
Os meses às vezes representam períodos. Existe o mês do carnaval, do são joão, do natal… as festas não duram exatamente um mês, mas elas representam esse período. Isso! Esta é a palavra: representação. O que um mês representa para você?
Um mês poderia representar uma manhã de sol? Ou quem sabe um crepúsculo? (por favor, sem referências ao livro, muito menos ao filme). Poderia ser uma noite quente… poderia não ser nada disso e representar apenas uma fruta… uma jabuticaba, por exemplo…Ora! Por que demônios um mês representaria uma jabuticaba?  Respondo-lhe com uma pergunta: por que diabos um mês representa trinta dias? Se tudo é convenção humana, e o demônio não tem nada a ver com isso, digo, sim, que um mês é uma doce jabuticaba…
A minha jabuticaba pode não durar trinta dias (provavelmente iria comê-la antes), mas dura o tempo necessário para marcar e deixar registrado de que é dela o mês. Ah, agora sim. Não é mais “um mês”, mas “o mês”, o mês da jabuticaba... Li em algum lugar que jabuticaba é fruta afrodisíaca. O que então faria no cérebro do indivíduo (e em outras partes do corpo) um perfume de jabuticaba? Prefiro nem comentar… mas com certeza marcaria de forma surpreendente e o seu perfume resumiria e faria lembrar de todos os bons momentos, mesmo aqueles nos quais a fragrância não esteve presente, pois a jabuticaba toma para si toda a emoção possível, representando todos os momentos felizes.
Um mês de momentos felizes. É isso. Seria mais simples se eu dissesse isso sem precisar escrever tanto, não é mesmo? Mas para quê ser simples? Deixemos a simplicidade para a vida cotidiana que muitas vezes não conseguimos simplificar. Com as palavras, tentamos, inutilmente, explicar as emoções: reduzindo-as, seríamos infames com a nossa própria história. Por isso tinha que dizer, através de rodeios, que tive um mês de grandes momentos felizes, em verdade, agora mais de dois meses (não quero sofrer ameaças de morte pessoal!). O mês da jabuticaba, com participações especiais do açaí (sejamos justos). O mês com a minha Princesa da Loucura…

                                                             (David Alves Gomes – 24 de fevereiro de 2013)
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